segunda-feira, 24 de junho de 2013

Lucas e sua égua


Foi assim, sentado em uma mesa redonda que conheci um criança com alma de anjo. Sim, ele é especial. Seu modo caipira de falar, faz da vida um ato de simplicidade e amor. Certa vez, após ficar doente, Lucas me conta que mora em uma casa em cima da montanha mais alta da Serra da Mantiqueira e que o quarto dele "regula" o tamanho da sala onde estávamos. Me contou que o que mais gosta de fazer é andar a cavalo, mas que quando anoitece é perigoso voltar pra casa sem lanterna, pois na estrada não tem luz, e isso dá medo. Num certo domingo, a família resolveu ir até a praça da "cidade" para brincar e passar o dia. Pois pra ele, ficar sentado na praça, jogando bola e conversando não tinha a menor graça. Foi então que resolveu vender a sua égua. Estranhei quando chegou nessa parte da história. Interroguei-o dizendo como fazera aquilo. Ele me respondeu com tanta simplicidade "ora professora, a égua é minha e vendi". Perguntei novamente o que o Pai dele achara daquilo. "meu pai deu a égua pra eu, falou que eu podia fazê o que eu quisé". Continuou a história dizendo que tinha vendido a tal égua por 2 mil conto. Eu boba, fiquei me perguntando se aquilo tudo era verdade, pois quem compraria uma égua num praça onde se pousa dois passarinhos por hora? Lucas me disse que recebeu o dinheiro na hora e foi a vez dele de me interrogar. "Sabe o que eu fiz com o dinheiro?" Assenti apenas com a cabeça. "Guardei quase mil conto pra mim comprar outra égua e os outro mil conto dei pro meu Pai. Sabe professora, meu Pai dá de comer prá nóis, dá de vestir, deu teto e tudo. Meu pai falou que precisava comprar uns móvel pra casa então resorvi ajudá. Dei também um pouco pro meu irmão comprar fralda pra minha sobrinha". Emocionada, evitei falar muito pois estava com as lágrimas prontas para aparecer em meu rosto. "Que bonita a sua atitude Lucas. Isso mesmo". Então ele finalizou. "É professora, eu penso assim, ele já me ajuda pra raio pra me dá comida e e roupa, o que custa ajudar também? Meus irmão não dão nenhum centavo pra ele. Só que que dô quando eu tenho"

Lição de moral, inesquecível!

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